Eu sou dessas pessoas que não tem tempo ruim com comida. Posso comer com alegria e entusiasmo e rapar o prato no mais chique dos restaurantes (o que só aconteceu uma vez, mas foi uma experiência digna de contar outro dia) ou no maior moquifo do mundo (o que também já aconteceu, mas melhor deixar essa pra lá porque envolve salsichas armazemadas num pote sujo e cerveja em excesso).
Mas o que me move mesmo é a comida do dia-a-dia - aquela na qual a minha mãe é mestra e minha vó era sacerdotisa. Arroz feito na hora; feijão com bastante caldo; carne pouca, mas selecionada; massa feita em casa; legumes com saborzinho de ervas e manteiga; um belo de um ovo estrelando o prato... Essas coisas todas. O caso é que, mesmo parecendo muito simples e corriqueiro, não é lá incrivelmente fácil acertar nessas receitas. Até os chefs que flanam entre lasquinhas de trufa devem ter sua dificuldade em tirar o melhor da rotina.
Pois a minha teoria é que esse tipo de refeição não se aprende no Cordon Bleu, na TV ou na marra. Vem com a idade. O arroz de alguém de 20 anos jamais será o mesmo arroz que aquele feito por alguém de 60. Posso comprar o melhor filé disponível no mercado, mas o bife fininho da Dona Ondina sempre levará o Oscar da Mistura.
Acho que as panelas tortas e lascadas têm algo a ver com isso também, assim como a sabedoria para juntar temperos e a quantidade precisa de água ou molho. É uma questão de vivência.
Ou, vai ver, eu é que sou apenas um bom garfo mesmo. Porque é como disse a Sabrina quando eu perguntei o que ela mais gostava de comer:
- Eu gosto do que fazem pra mim, mãe.
De fato: a melhor comida no mundo é aquela que está no prato de quem sabe apreciar.
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
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11 comentários:
A melhor refeição é a que melhor namora o paladar.
Para mim a melhor comida do mundo sempre foi feita pelas minhas duas tias, do lado da minha mae da familia. Minha mae que me desculpe, adoro a comida dela, mas as duas sempre foram Chefs de mao cheia. Uma ja se foi e ate hoje sinto muita, mas muita falta mesmo do pure que ela fazia. A outra esta ai, firme e forte, mas mora em Santos. Entao quando tenho a chance de ir visita-la vou de panca vazia, porque independente do que tera para almoco sempre sera MARAVILHOSO. Elas sempre foram bem mais velhas que minha mama, com idade para serem minhas avos e maos abencoadas pelo tempo e experiencia na cozinha.
Já sou do time da Sabrina, gosto de comer o que fizerem pra mim e qualquer coisa que eu morda e não me morda de volta.hahahahaha
Sabrina é um poço de sabedoria.
E às vezes deve parecer que eu invento essas coisas que ela diz, né? Mas nunca precisei inventar nada, tudo real com essa menina.
;-]
Acho que comida de restaurante por quilo é tudo igual. Por isso como rápido e pronto. Poréeem, as caseiras não. Aprecio, demoro 1h30 pra comer meio prato. E repito varias vezes com fervor. To contigo.
A melhor comida do mundo é a da minha vó! Até quando ela erra no sal fica gostoso.
Deve ser isso que você disse Flá, a vivência e, no caso das avós, a felicidade de ver o povo lamber os beiços com um complexo arroz-feijão-bife-salada.
:-***
Não que eu seja uma glutona, mas não dispenso nada. Nada.
Mas prefiro comida simples, em que vc pode distinguir o sabor dos alimentos ali. Quando inventa muito, pra mim fica com gosto de tuti-fruti rs
E o Sabrino lá de casa sempre diz que a preferência é macarrão com feijão rsrsrs
Que fofa a Sabrina!
Eu sempre fui chata pra comer. Não que eu só goste de comida fina, é que eu não gosto de muitas coisas mesmo.
Mas bota um prato de arroz com caldo bem grossinho de feijão e um ovo frito que eu devoro até o último grão. Nham!
Adoro comer. E justo agora que li esse post quando sao as 13h24 aqui na metade do mundo, fiquei com muita vontade de arroz, feijao e muita farofa....de onde eu tiro a farofa agora ???
Eu acho que a panela torta é o principal ingrediente das comidas de avó. A minha faz um bife delicioso. Não sei explicar, mas é um bife diferente de qualquer outro que eu tenha comido. E essa mágica sai de uma panela velha, torta, sem tampa e com o esmalte (é isso que reveste as panelas?) meio desgastado. Se fizer em outra não tem o mesmo gosto.
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