Quando eu era pequena, tinha muitas, muitas... vamos chamar de "peculiaridades", vai. A primeira de todas, que me lembre, foi trocar meu próprio nome.
É isso aí: pro público em geral, eu jamais me apresentava com o nome de Flávia. Flávia, pra mim, não era ninguém. Meus pais não sabem explicar bem - e eu menos ainda, juro - mas sempre que perguntavam meu nome, eu dizia que me chamava Chica. Chica, assim mesmo, como um apelidinho para Francisca.
Segundo consta, eu só atendia por Chica e Chica apenas. Ficou bem estranho explicar isso entre parentes e amigos - até que eu ganhei uma boneca de pano fofinha e adorável e coloquei nela o nome de Cezona. Daí acho que as pessoas ao redor entregaram pra deus e apenas assumiram que eu tinha gosto pra nomes absurdos.
A próxima esquisitice que lembro de desenvolver, aos 6 anos, foi o hábito de assistir "Comando da Madrugada" todo domingo às 7h da manhã. Acordava e não, não ia pra cama da mamãe ganhar cafuné: ia assistir às reportagens reprisadas do Goulart de Andrade.
Depois disso eu tomei gosto por comer Cremogema, depois disso eu me tornei uma desenhista compulsiva de plantas de apartamento e depois disso eu só quis usar kichute (até pra ir em casamentos e missas em geral). Tudo antes dos oito anos.
Felizmente nada disso me levou ao consultório do psicanalista. Porque é bem fácil saber que não foi um privilégio meu ter toda uma gama de esquisitices de infância. Todo mundo as tem, eu acho. Minha irmã, de pequena, tinha um amigo invisível chamado Relno. Meu irmão, menininho, colocava o nome de Dursley em to-dos os bonecos que possuía.
A filhinha de um amigo cismou que, quando crescer, quer ser dançarina de axé (quase enfartando seu intelectualíssimo pai). Minha sobrinha Isabella, de pequenina, só disse uma única palavra por dois anos: "não". Sabrina é viciada em ouvir "Paparazzi", da Lady Gaga, e o Dono da Casa, enquanto criancinha, só queria ter como bichos de estimação escorpiões, cobras, ratos e uns répteis de aparência nauseante.
Sei lá se é uma hora de descobertas e testes de personalidade os mais variados. Só sei que criança saudável é cheia de manias. Agora deixa de ser esquisito e conta as suas também? A Chica jura que não vai rir...
segunda-feira, 17 de maio de 2010
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18 comentários:
Eu também troquei meu nome. Coincidência ou não só atendia por Sabrina, às vezes por Beatriz.
Não me lembro de nenhuma mania agora, mas sei que tinha!
Beijo
Quando criança, eu queria ser pai de família, ter uma casinha comfortável, um carrinho econômico e uma velhice segura, minhas brincadeiras eram de trabalhar muito... Não mudei muito.
Se um dia a Sabrina reclamar do próprio nome, faça o favor de lembrá-la que poderia ser MUUUUUUUITO pior. :-D
Cezona é um nome que me fez rir alto aqui. Cezona! Hahahahahha!
Quando eu tinha uns 3 anos, peguei a mania de mudar o nome das coisas que via pela frente. Parece que era divertido, até que um dia eu fiquei doente (literalmente, de ficar de cama e tudo) de vontade de comer um tal de "ceremiles". A família ficou com cara de "WTF?" e então começaram a botar todo tipo de comestível na minha frente pra ver se eu identificava a tal comida com nome de xarope mexicano. Em miúdos: o tal "ceremiles" nada mais era que... frutas cristalizadas! E pensar que hoje eu nem gosto desse negócio...
Adorei o post, flor!
Beijocas, Mari.
Eu não me lembro muito bem das minhas esquisitices de infância. Lembro perfeitamente de chorar feito uma condenada com a vinheta do Globo Repórter e até hoje tenho arrepios e também tinha medo de uma catástrofe nuclear (anos 80, sabe cumé, Guerra Fria, Chernobil, Day After na Globo...).
Uma coisa que ninguém intende muito bem aqui em casa é a irmã chinesa da Clarice, a Mei-Mei (que não é amiga imaginária, existe mesmo). Esses dias era da idade dela e hoje está com 15 anos.
Nunca cheguei a mudar de nome, mas só porque sou muito indecisa e não conseguia escolher um, mas lembro bem que odiava o meu próprio nome. Até hoje viajo criando plantas de casas.
Mas uma das manias mais esquisitas e pagadoras de mico foi quando "descobri" a touca do secador de cabelo. Achei tão linda que passava o dia inteiro com ela na cabeça e o pior, teimava em sair com ela. Depois de mta argumentação minha mãe desistiu. Tadinha tinha de passear comigo de touca na cabeça pela vizinhança. Tem até foto disto, um mico só!
Outra mania que eu e meu irmão tínhamos é de fingir que falávamos inglês durante o banho. Era meia hora de molho na banheira falando com a língua enrolada.
Eu nunca fui uma criança muito normal. Arrancava as cabeças das minhas bonecas e escrevia nas testas dela, mas não era por revolta, eu acho. Mas eu tinha mania de escrever imaginariamente em mim mesma. É, imaginariamente. Eu praticava a minha escrita me arranhando com a unha, hahahaha. Talvez esse tenha sido um começo de carreira de escritora pra mim. Vai saber. Beeeijos.
Ah, a história da Mari me lembrou que eu chamava churros de chuvisco e suco de refresco, aí ninguém entendia. Meu primo pedia pra minha vó fazer "melequete" na janta, até ela descobrir que isso era omelete...
Também tinha mania de contar carros na rua. Cada dia era de uma cor, um modelo ou letra contida na placa.
Meu amigo imaginário era um índio chamado Píti-Pati (?) e eu desenhava fantasmas e colava na porta do quarto. (Criança perturbada, oi?)
Sem contar que cada dia inventava uma nova coleção pra fazer. Adesivos, folhas de fichário, desenhos de roupas...
Beijo, Flá, de novo!
Gostar de cremogema é esquisitice? Pô, eu adorava!
Ah,no penúltimo parágrafo, "cismou" tá escrito errado.
Mari, o melhor das suas palavras inventadas é que elas não tinham NADA a ver com as originais! Marcelo (o do "...Marmelo, Martelo") era um amador perto de ti. :-D
Paulinha, eu tinha uma amiga que era pior: não se apaixonou pela touca do secador, mas pela de banho mesmo. E queria dormir com a tal. Ela assistia muito "Os Pioneiros" e queria imitar as meninas que dormiam de toucas.
Spaf, comer Cremogena nem seria tão esquisitice - não fosse o fato de eu ter passado uma fase de SEIS MESES querendo comer TODO DIA pra acompanhar o "Vale a Pena Ver de Novo", que na época reprisava "O Bem Amado"... o_O
Falando em Cremogema, tenho uma mania relacionada a este "prato" delicioso. Em uma das férias que passei aqui em SP, quando tinha uns 9 ou 10 anos, aprendi a fazer Cremogema. Ao voltar para casa estreei meu próprio programa culinário, no qual eu fazia diariamente meu Cremogema ensinando a receita complicadíssima para meus telespectadores. Hahaha...
Me mato de rir lembrando disto!!!
Nunca comi Cremogema, nem Nutela bem como a maioria dos petiscos que vocês costumam citar. Como terei sobrevivido?
Como assim Nanis? Meo Deos!
Eu comia tatu bolinha... E inventava música ou versões de músicas. Uma vez eu fiz uma, no carro, indo pro sítio, e cantei a viagem inteira. Minha tia quase me matou. Lembro até hoje, pq era no ritmo de Sacrifice do Elton John. "Eu fui um santo de paz... com sono e dor... e muita gente... nao me chama que eu vô!". E isso no repeat durante 1h.. hahahaha!
Eu tinha mania de fazer bolinhas de barro e deixar bem na porta pro meu pai pisar de manha quando ia pro trabalho, logo pela manha eu ouvia gritaria, pq ele achava que era coco do Toto. Bem...eu tinha mania de comer mexirica com alho amassado e sal. Ja a Micadinha, o Filisbino chupava pirulito com ketchup, a Nikki colocava Band aid na franja pq achava que a parte daquele cabelo tava quebrado porque era mais curto que o resto do cabelo dela, Ashelinha era assassina convicta de Barbies e da franja de todos aqui de casa e Vicky...meo deos...a Vicky era perfeita nao to lembrando mania nenhuma a nao ser colecionar bajulaques.
A Nikki ate hj reclama do nome dela, eu acho que vou passar a persegui-la e ver qual eh o outro nome dela por ai. Mica Mancada
Sei que o post já é antigo, mas tenho que comentar porque lembrei de váaarias esquisitices enquanto lia o texto.
Como seu irmão, todos os meus bichos de pelúcia e bonecos tinham o mesmo nome: Francisco. Eu acordava super cedo aos domingos (ou eram sábados?) para assistir ao Pesca e Companhia. Vibrava quando os peixes eram soltos. Também podia passar tardes inteiras vendo os comerciais da Polishop (Facas Ginsu!). E a pior era misturar vários cosméticos diferentes - xampu, creme para o rosto, polvilho antiséptico, restos de sabonete, perfume - e USAR a mistura de cor e cheiro estranhos.
Hahahahaha!!! Eu tb desenhava compulsivamente plantas de apartamento!!!
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