É que parece que só eu acho isso. Parece mesmo. E quando a empresa vai fazer roupa de criança, em vez de contratar um estilista que tenha filhos ou pelo menos já tenha visto e segurando um filhote de humano, contrata-se aquele que acha poliéster um tecido bom pra criança "porque é fácil de lavar". Mesmo que poliéster seja uma porcaria calorenta e empipocadora de corpinhos novatos.
Aí a gente tem filho e, né, precisa de roupa pro pequeno mamífero. Vamos na loja e ficamos ali, com cara de pastel, olhando pras peças de vestuário mais estúpidas já produzidas. Primeiro que os tamanhos começam em RN (recém-nascido) - mas bastaria sacar uma fita métrica para ver que o comprimento da roupa é 55 cm ou mais. Do pescoço ao pé. Vejam: do pescoço ao pé, um recém nascido normal tem cerca de 40 a 45 cm. Ou seja, vai sobrar um bom tanto de pano ali pra criança se emaranhar.
Não bastasse o comprimento apropriado só pra filho de jogador da NBA, tem a modelagem. Mas bebê lá precisa de modelagem? Bom, precisa, sim. Fazer um macacão em forma de pêra, por exemplo, não ajuda ninguém. Eles desenham a peça como se fossem bombachas. Fica aquele quilômetro vazio nas pernocas do petiz - muito propício pras tais pernocas se sacudirem e ficarem enroscadas, dobradas, doloridas.
E tem mais: tem marca que oferece luxo extra em termos de detalhes aplicados no tecido, manguinhas bordadas, ursinhos no punho, gola de babado. Sério: bebês não sabem nem o que é firmar um pescoço ereto, pra que precisariam de uma gola?? Tem macacão que, acreditam os fabricantes, ficam mais bonitinhos com os botões pra trás, não na frente. Delícia tentar fechar aquela porra às 4h da madruga, com os olhos querendo fechar e o bebê urrando, viu? Delícia mesmo.
O mesmo acontece com diversos outros produtos, não só com os de vestir. Existem fraldas que contam com 27 quilogramas de flocgel, mas têm um sistema de fechamento cuja fita adesiva serra a pele da criança; existem mamadeiras sem respiro, que fazem o bebê precisar da força de um aspirador de pó pra sugar algum leite; existem chupetas sem recuo na posição do nariz, que devem pretender sufocar toda criancinha que ousar mastigá-la.
E quem fabrica tudo isso não podia mesmo fazer uma pesquisinha com mães de verdade, quiçá contratar algumas delas, engenheiras e designers, para uma produção mais adequada? Se fosse pra furar um poço e achar petróleo, não chamariam especialistas? Os nossos filhotes merecem a mesma deferência, hein?
9 comentários:
é...realmente...se pesquisassem antes de fazer coisas pra criança sem todos os sentidos...desde roupas à brinquedos,afinal também qual a graça de uma boneca que fala e pula num chiqueirinho??
nossas crianças estão muuito mal servidas de produtos especificos np mercado!!!!
KKKKKKK, a sua revolta como mãe me encantou. Sério, rs. Beijos e boa sorte com as compras.
(quem vai precisar de sorte são os donos das lojas)
Flávia, retribuo a gentileza de antes de eu me cadastrar no Fórum; A tua dor é a minha dor.
Quanto à mamadeira e à chupeta, mande um e-mail à Anvisa afirmando que as normas vigentes estão obsoletas, que nem só de psicotrópicos vive a saúde pública. Quanto às roupas feitas para desencorajar a maternidade, não tem jeito, só se encontrares uma costureira ou um alfaiate que saiba fazer - e rápido por causa do crescimento - algo decente.
Flá, é isso mesmo!!! Concordo plenamente contigo. Eu nunca entendi esses macacões com botões atrás!!! Sério que quem inventou isso nunca teve que trocar um bebê recém- nascido. E bastava só um pouco de pesquisa, caseira mesmo, pra eles constatarem que esses produtos não são nada práticos, né?
Ah! Estou fazendo uma promoção no meu blog, se quiser participar dá uma passadinha lá. E a Olívia vai ficar lindinha com os bodys que estou sorteando... hehe.
bjinhos
Ale
O endereço é: www.conversapramae.blogspot.com
Ai Flávia, eu tive que rir! Realmente nunca tinha parado para notar o tamanho exagerado das pernas dos macacõezinhos de bebê! E vou ficar aqui torcendo para ouvirem esse seu protesto e quando chegar minha vez de ser mãe já tenham parado de fazer essas besteiras
;)
Beijos!
Bom, Clá, a gente já trocou ideias sobre brinquedos de hoje e como a maioria deles é meio cretina, né... É aquilo: parece que a intenção é hipnotizar a molecada, não estimular e divertir os pobrezinhos.
Ninaaa... e essa revolta nunca abranda, incrível! Eu acho que preciso de mais chocolate na despensa. ;-]
N., não pense que eu não cogitei isso de costurar macacões em casa! Sério, no momento estou meio atazanada pra isso, mas não descarto para breve!! Aguarde minha linha bebê slim - sem calçolas largas e apliques estúpidos ou golas. Golas, gente, sério... o.O
Alê, e tem mais uma coisa da qual lembrei: etiquetas! Juro, hoje cortei uma etiqueta de um body novo da Olívia. Ela devia ter 15 cm de comprimento e era feita de um "tecido fofo" que parecia lona de caminhão reciclada. Momento paga-pau: nenhuma roupa que já comprei pras meninas em viagens ao exterior tinha etiquetas assim, as informações sempre vêm resumidamente impressas direto na roupinha. Bom dia pra quem usa o cérebro! :-D
Ana Lu, eu espero já ter a minha linha bebê quando você decidir ter sua ninhada!! Desejo que outras mamães consigam vestir o pacotinho gritalhão e sem sossego mais rápido do que eu consigo, com esse monte de obstáculos. Eu visto a Olívia me sentindo nas Olimpíadas do Faustão, sério. :-]
Mais um texto que merece ir pra jornal!
Só digo isso, que mais não há!
Concordo com tudo viu!
e digo mais, não melhora muito quando eles crescem, ou alguém já reparou que um "conjunto de camiseta e short" tam 4 para menino, mais parece uma aby look com calça oversized, fala sério, hoje demorei um tempão para encontrar um conjuntinho com bermuda que ficasse na altura do joelho e não nas canelas...ó céus, ó vida, ó azar...rs
Tudo verdade.
é absurda a falta de noção de quem projeta/pensa/fabrica ,artigos p/ bebê...
conforto e bom senso,non ecxistem.
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