No último sábado nós aqui fomos em bando fazer a mesma coisa que essa moça aqui: mandar um pouco de matéria e um pouco de amor pro Kauan, que a gente não conhece, mas fez parte da nossa família no último sábado.
Na loja de roupinhas, compramos uma camiseta verde e bermuda tipo-havaiana combinando (também temendo, como a Clá, que ele fosse corintiano ou são-paulino e abominasse um pouco nosso gosto pra cores). Compramos também um macaquinho novo pra Olívia, pra ela ficar de pernocas de fora. E um shorts pra Sabrina, a fim de que ela se esbalde no calor que vem fazendo e suje muito aquela peça no chão.
Então compramos brinquedo pro Kauan - o carrinho de controle que ele solenemente pediu. Apesar dos 12 anos, o Kauan não parece esses meninos entojados que recusam brinquedos e querem saber só de computador. Quer dizer: se o Kauan tivesse computador, coisa que ele não tem, talvez ficasse assim também. E eu sei que ele não acha isso, mas bom pra ele ainda querer um carrinho de controle. Comprado! Sabrina e Olívia não ganharam brinquedos aí - mas descolamos uns enfeites pra nossa árvore, que contaram como se fosse.
Fomos também na loja de calçados descolar um pisante tamanho 34 pro Kauan. Levamos também um igual, só que no tamanho 27, pra Sabrina (que parece mastigar virtualmente seus tênis nas brincadeiras praticadas na área barrenta da escola). Pretos, de cadarços, tênis bem comuns. Que é assim que a vida deveria ser no que concerne aos tênis - e não aquelas besteiras que brilham, piscam, têm molas e rodas e o preço de um aluguel mensal.
A moça do RH que selecionou o Kauan pra nós na empresa onde trabalha o Dono da Casa não pediu mais nada. Disse que cuecas e meias, artigos de higiene e etc. não embarcavam esse ano, possivelmente indo em atacado. Pensamos em adicionar coisas como uns doces gostosos ou uns baratinhos extras, mas aí pensamos que os colegas de casa do Kauan podem não receber o mesmo. E isso talvez não virasse uma alegria geral, e sim um desapontamento geral. E tudo o que eles menos precisam lá é desapontamento.
Fizemos então uma cartinha desejando bom Natal, com carinho, com assinatura de todos nós (menos da Olívia, que ela ainda nem tem digital...). Colocamos tudo na sacola mais vermelha e festiva que achamos na loja, selamos tudo com amor e mandamos.
Tem gente que discorda dessas sacolinhas de Natal que alguns organizam, dizendo que é assistencialismo barato. Têm também alguns que não acham barato, e sim caro demais, e que não cabe no orçamento. Bom, aí eu digo que nem tanto, porque nós conseguimos fazer um "tira-daqui-põe-ali" e o custo foi o de menos.
E não nos importam mesmo os motivos pra não fazer, e sim os motivos pra fazer. Mesmo que a gente não tenha o Kauan na nossa família o resto do ano, mesmo que a gente não o veja sempre como um parente ou amigo, mesmo que ele não saiba de onde veio seu presente, a gente espera ter enviado ao menos um gostinho pra ele nesses tempos. E quem sabe hora dessas não fazemos mesmo uma visita, como família que se preza.
O bacana é que o Kauan esteve com a gente nesse sábado e foi um grande prazer.
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
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6 comentários:
Ah, sempre achei uma delícia montar essas sacolinhas! Na escola, sempre pegava a ficha de uma criança, e adorava sair com a mamãe pra escolher as coisas, e sempre queria mandar carta junto! Beijos!
Flá, entre o "assistencialismo barato" e fazer a alegria, mesmo que temporária, de uma criança que eu não conheço mas que precisa muito mais do que eu de carinho e atenção, eu fico com a segunda opção. E achei muito bacana você ter envolvido a Sabrina na história! :-)
Eu também fiz a minha parte este ano e espero poder fazer sempre!
Beijos, querida!
Mari.
Preservar a infância é assistencialismo barato?
Eu faço questão de fazer todo ano sim. Sai caro? Mas e a quantidade de besteiras que compramos o ano inteiro pra nós mesmos, tb não é caro? Desse jeito, pelo menos estamos ajudando alguém que provavelmente só terá essa alegria no ano!
Pode ser assistencialismo barato, mas quando eu e minha mãe escutamos de uma criança na véspera de Natal: "Eu sabia que vc viria Dona Cida, eu disse pra mamãe que vc não esqueceria de nós!", valeu a pena ouvir qualquer crítica!
Emocionante!
Assistencialismo que nada,é tão bom poder dar um agrado de coração,sem cobranças.
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