quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Os diálogos não cessam - nem no temporal

Dono da Casa chega mais cedo e, num ato destemido, decide ir ajudar Sabrina com o jantar. Mal sabe ele o tipo de papo que rola nessas horas de refeição. E mesmo com a chuva despencando lá fora, ele comenta:

- Ai, que chuva boa caindo, né?

- Boa nada, chuva chata... (#tom emburrado: on)

- Que é isso, Sá? Porque 'chata'?

- Porque a chuva tirou a TV do ar, olha ali. (#a tela distorcida confirma).

- Ah, vai! E o que é mais importante, Sabrina, a TV ou a chuva?

- ...

- Hein?

- ... a TV...

- Como assim?? (#Dono da Casa, o menino-da-selva, se põe indignado).

- ... ué, Pai... Se a TV sai do ar, como é que você vai saber se vai chover de novo amanhã?

Segue-se toda uma explicação geológico-social provando que a chuva é moooito mais importante que a TV. Mas eu desconfio que, mesmo concordando no final, meio de canto de boca, ela ainda sente que chuva é bom, mas TV é TV - não cai do céu.


Sabrina não entende porque você não sai dessa chuvarada e vai pra casa ver TV, Gene...

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Amor total infinito

Prometam não levar muito a sério o diálogo a seguir, ocorrido hoje na hora do almoço. Eu não levei.

- Mãe, sabe o que eu mais gosto no mundo todo?

- O que, Sá?

- A minha família. Você, o papai, a Olívia, a vovó, o vovô, a tia Dri...

- Que bom, filha! Então sabe, né: quando a gente ama muito uma coisa, o que a gente tem que fazer? Cuidar muito bem, ter carinho, não é?

- É, eu sei. Eu cuido muito bem da minha tesoura rosa!

Eu quero crer que ela bota a família e um artigo de papelaria no mesmo saco, mas espero que o coração bata mais forte por essa equipe! Mesmo a gente não servindo pra muita coisa legal, como picar papel...

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Sejamos sinceras...

Uma vez um sábio disse algo bem pungente e verdadeiro: "todo homem é bobo e toda mulher é chata". Tudo bem, não foi um sábio, foi só o Pedro Bial numa entrevista bem fulambenta... Mas a frase ainda faz sentido. Todo homem é bobo de fato, mesmo aqueles que andam de terno e gravata o dia inteiro, mandam e desmandam em centenas de funcionários e lidam com milhões; tudo bobo. E mulher é tudo chata mesmo. Mas, né, a gente PRECISA ser chata! Pra lidar com os bobos, por exemplo, só sendo chata...

Fica aquela coisa de que mulher é tudo louca por limpeza. Bom, é o jeito, visto que todo homem enxerga vassoura e paninho como se fossem animais venenosos. Parece que a maioria, inclusive, partilha o pensamento "se ninguém vê sujo, tá limpo, uai".

Mulher é chata também porque precisa dar muitas explicações. Tudo tem que ser muuuito detalhado, senão eles não pegam. Vai no mercado, traz um sabão em pó, banana, iogurte e desodorante, por favor? Óbvio que não dá dois minutos, vem o telefonema sobre "mas qual sabão? E quantas bananas? Iogurte de fruta? E o que mais mesmo?" Ai, ai... Difícil saber as marcas usadas na própria casa e saber que se comprar mais de seis bananas vai estragar tudo na fruteira? E que o iogurte é aquele que regula o intestino? E fazer uma lista, pordeus?!

Mulher é chata com detalhes, é verdade. Por exemplo, a gente tem essa mania insuportável de querer sair de carro e chegar no destino sem errar 12 vezes o caminho. A gente curte usar um mapa, sei lá... Essas maluquices, sabe?

A chatice feminina ainda recai sobre os filhos - e ganhamos a má fama por querer que eles comam coisas saudáveis (não pizza fria no café da manhã), por querê-los com roupas limpas e bonitas (não a calça azul puída e manchada de molho com uma camiseta laranja esgarçada no punho) e por querer que vejam o mundo lá fora (e não joguem 11 horas ininterruptas de "Lord dos Zumbis Assassinos Decepadores de Membros" ou coisa assim. A gente é chata mesmo, puxa.

Mulher é chata quando pede carinho, quando quer visitar a família, quando insiste em tirar férias, quando gasta dinheiro com cortinas, quando dirige abaixo dos 130km/h. Na visão dos homens, claro. E eles ainda dizem que não nos entendem.

Bom, acho até que não entendem mesmo. Nesse caso, o melhor é ser chata mais uma vez e mostrar tudo muito claramente, sem rodeios, bem na cara. É como fez minha amiga Bia um dia desses.

Eu ligo lá e combino com o marido dela sobre o almoço do dia seguinte. Ele me diz o horário, o cardápio e o que eu devo levar de bebida - e em segundos a Bia dá um monte de instruções lá do lado e, por fim, toma o telefone dele. E explica tudo de novo, com outras informações bem distintas. Eu pergunto "ué, mas por que você não deixa o menino resolver, Bia?!". E ela: "é que eu quero tudo do jeito que eu quero, oras! Do MEU jeito!".

Foi o ato mais sincero que já vi uma moça ter! Foi chata? Ah, até foi. Mas fazer o quê se homem é tudo bobo?

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

I love the nightlife...

Vida de mãe de bebê pequenininho é como filme de desastre: o clímax sempre vai acontecer no meio da madrugada.

Sim, sim, é como no cinema-catástrofe. O vulcão ameaça soltar lava por dias a fio, o terremoto se anuncia com tremidinhas ou ficamos horas esperando o monstro atacar a cidadela - mas a lava, o chacoalhado e a besta-fera só vão mesmo mostrar toda a sua ira no meio da madrugada. É igualzinho com os bebês: dormem feito anjinhos de dia, explodem em gritos à noite.

Afinal, né, porque sacudir a vida da Humanidade quando há luz do sol e as farmácias e hospitais estão abertos e operando? Nããão. Muito melhor toda a zorra acontecer quando a cidade está um breu, toda a vida está em repouso e o médico está dormindo.

Nessas horas, só resta fazer como o herói do filme. Se imbuir de coragem, não dar pelota pro barulho excessivo e tomar todas as providências com rapidez, lucidez e bom senso. Mas veja: abrir fogo ou pedir auxílio do exército, como o mocinho do filme, não vale, hein?

E depois que a fúria da natureza se aplacar - ou, no caso, a fúria daquele pacotinho com cólicas abdominais - é certeza que o sol voltará a raiar e tudo vai ficar bem. Até o próximo vendaval, tsunami ou avalanche notívaga, claro.


Óóóimm... Cadê o nenê lindo da mamãe!?